Tem uma história que eu acho que pouca gente conhece. Se conhece, conta de outro jeito. Durante os últimos 50 anos, a música, a maneira de se vestir e a ideologia, ou antes, o sentimento ideológico das pessoas tiveram um vínculo estreito. Nos anos 50 tratava-se do conflito de gerações, mas não havia um sentimento ideológico que unificava o rock ’n’ roll. Tampouco era uma questão de estética. Era mais uma questão de música, como o jazz também o fora outrora. Barulho versus tradicionalismo. A partir dos anos 60, a música deixou de ser tão inocente. Posso traçar com certa linearidade a história dos principais movimentos musicais da música popular nesses cinquenta anos, mostrando a influência que uns tiveram sobre os outros, relacionando a roupa que as pessoas vestiam e o sentimento que as unia.
É claro que tem um monte de música que fica de fora disso, mas na verdade, pra mim é como se essa história fosse o verdadeiro esqueleto, o tronco principal de onde brota toda a música popular, sendo o resto só o deslizamento disso, emprestando-lhe não as formas, mas o espírito.

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