O futuro

Diante da escalada inevitável do mp3 e outros formatos de compressão que têm surgido, as gravadoras tentaram algumas estratégias de mercado para reanimar a venda de CDs. A Sony BMG lançou o CD Zero, com cinco faixas, em caixinha fina, pelo preço médio de dez reais. Embora vários títulos tenham saído, de Vanessa da Mata a Scorpions, o “EP brasileiro” não deu muito certo, porque, honestamente, ninguém quer pagar por cinco faixas que pode baixar facilmente de graça. A Universal lançou o concorrente MusicPac, com o conteúdo integral do disco em digipack e sem encarte. Os preços variam entre dez e vinte reais e são atraentes no caso de artistas internacionais, que têm os CDs originais vendidos pelo dobro do preço. Essas iniciativas mostraram que a melhor solução para o futuro da música é juntar-se aos “inglórios” novos formatos. Investir na venda de música digital pode ser um bom caminho, se trilhado da forma correta. afinal, deu certo para a Apple. Outro investimento interessante é a venda de players personalizados ou com conteúdos exclusivos. Em novembro de 2007, os Rolling Stones lançaram o primeiro disco em pen-drive, a edição revisada e ampliada da coletânea Rolled Gold (a original saiu em 1975). Em abril de 2008, entrou no mercado um aparelho personalizado com a capa do disco Unknown Pleasures, do Joy Division. Já que, ao que parece, baratear os preços dos discos não é uma opção, às gravadoras resta ainda investir nos shows, além dos produtos licenciados. Mas, no Brasil, ainda há muito a aprender. Seja como for, no fim das contas, o avanço da tecnologia amplia o acesso à música e acaba por criar ambientes mais democráticos, onde os mais criativos sobrevivem – na era do mp3, há espaço até para os aficionados do bom e velho disco de vinil.

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