Um senhor olha diretamente para você. Ele é um pouco grisalho, tem algumas rugas, bigode, cavanhaque, e um semblante sério, mas simpático; um tanto melancólico, talvez. Usa uma simples camiseta e não demonstra qualquer soberba – assim se mostra Clapton na capa de sua autobiografia, lançada em 2007 pela Editora Planeta. Embora não se julgue livro pela capa, a leitura é boa, sim, até para quem não é fã do músico. Isso porque foge dos clichês das biografias de celebridades, que ora procuram explicar o mito pela realidade e reunir evidências na vida de determinada pessoa que indicariam seu eventual sucesso ou decadência, ora investem no sensacionalismo proporcionado por vidas regadas a sexo, drogas e rock and roll.

Os méritos de “Eric Clapton – a Autobiografia” começam pelo fato de o livro ter sido realmente escrito por ele. A princípio, Clapton pensou em tomar o caminho comum; concedeu entrevistas sobre sua vida a um escritor, encarregado de organizar o relato. Mas depois quis alterar tanto o texto do coitado que decidiu recomeçar, sozinho, a escrevê-lo.

Da Lama ao Caos, primeiro disco de Chico e Science e Nação Zumbi, foi lançado em 1994 e muito bem recebido pelo público e crítica de todo o Brasil. O Sudeste voltou as antenas para o mangue, e a MTV passou a cobrir o festival Abril pro Rock, que em sua primeira edição, um ano antes, atraiu um público de apenas 1500 pessoas. A expansão do festival e do manguebeat abriu caminho para a popularização de nomes como: Mestre Ambrósio, Otto, Devotos alcançaram todo o país graças aos pioneiros Chico Science e Nação Zumbi. A banda tornou-se consagrada com o segundo disco, Afrociberdelia, que somou bases eletrônicas ao seu caldeirão de elementos musicais. Após a morte de Chico, a Nação Zumbi prosseguiu com Jorge du Peixe nos vocais. O Abril pro Rock cresceu e é um dos maiores do país. A família de Chico recebeu cerca de dez milhões de reais da Fiat, como indenização, por conta do acidente que causou a morte do músico.

Contra-Capa