A música pode não ter mudado em 11 de março de 1997. Mas algo mudou para Paul McCartney. Nesse dia ele foi condecorado “Sir” pela rainha da Inglaterra. E nós da Som perguntamos: que raios significa isso?

O título de Sir era tradicionalmente concedido aos cavaleiros do Império Britânico. Não era propriamente um título de nobreza, ligado aos laços de parentesco, mas de reconhecimento por feitos individuais. Um “Sir”, na hierarquia de títulos, viria logo abaixo de conde, duque, visconde, marquês e barão (não nessa ordem). Embora não existam mais cavaleiros, persiste na condecoração o sentido de distinguir este ou aquele súdito por seus méritos. Mas os critérios de escolha são obscuros. E as consequências de se receber o título são tão simbólicas quanto a figura da rainha da Inglaterra. Não há prêmios ou privilégios; apenas uma espécie de tapinha nas costas da realeza britânica. Muitos músicos além de Paul McCartney já receberam condecorações da Ordem do Império Britânico. O título de Sir foi concedido a Mick Jagger, Elton John, Eric Clapton e David Gilmour. David Bowie recusou a distinção.

A parte mais avacalhada dessa história é que também podem ser condecorados cidadãos que sequer nasceram na Inglaterra. São os membros honorários da Ordem. Entre eles estão Bono Vox, os BeeGees e os integrantes do The Corrs (daí a conclusão de que os critérios de seleção são de fato obscuros). Por não serem súditos da rainha, eles não têm direito a usar o título de Sir – e jamais saberemos que sentido faz receber um título se você não pode usá-lo. Se é que usá-lo tem algum significado.