Sempre acreditei que riot e inundação tinham alguma coisa a ver. O único lugar em que consegui comprovar isso, além do SimCity, foi na música do The Clash, London Calling. O álbum é de 1979, os loucos anos 70. O Led Zeppelin está praticamente acabado, compondo música de rádio sertaneja, e os hippies já se foram faz tempo. A ameaça não era mais a Guerra do Vietnã, mas a opressão à classe operária na Inglaterra. Então a cena musical volta a ser britânica, e agora os jovens não vão dizer paz e amor, mas London is drowning!

Eles querem botar medo no governo, apoiar as greves dos Unions e querem que o sistema

venha abaixo, talvez num protesto anarquista, porque o tal bem-estar social não está colando pra eles. Se hoje Tony Blair e A. Giddens dão as regras na política, é que perderam, e agora a Oscar Freire tem roupa de grife imitando as roupas dos punks. O metal, o rasgado, o couro, serviam pra dizer: não somos dóceis, não somos gado, não somos domesticados. Lutamos.

Ainda hoje eu choro no Billy Eliot. O pequeno punk e seu amiguinho precursor do glam. As lutas sempre vêm em duas frentes, como as estéticas têm sempre pelo menos dois sentidos. Optamos.